Os efeitos nocivos da acumulação compulsiva nos relacionamentos conjugais
Como é complicado conviver com uma pessoa que acumula objetos e enche a casa de tralha, concorda?
O relacionamento entre casais é uma jornada repleta de desafios e aprendizados. No entanto, um dos problemas que podem surgir e afetar seriamente a harmonia e a felicidade conjugal é a acumulação de objetos.
Quando um dos cônjuges tem dificuldades em desapegar de objetos e acaba enchendo a casa com uma quantidade excessiva de tralhas; surgem conflitos e tensões que podem abalar a vida a dois.
A acumulação compulsiva, também conhecida como perturbação de acumulação, é uma condição psicológica em que a pessoa sente uma necessidade irresistível de adquirir e manter uma quantidade excessiva de objetos, mesmo que sejam de pouco valor ou utilidade. Essa condição vai além do simples apego emocional aos objetos e pode resultar em um acúmulo desordenado que prejudica a qualidade de vida do indivíduo e das pessoas próximas.
Quando um dos parceiros apresenta essa perturbação, o relacionamento conjugal se vê diante de alguns desafios. Primeiramente, a casa se torna um espaço caótico e desorganizado, dificultando a realização de tarefas cotidianas e a sensação de conforto no ambiente, muitas vezes, as tralhas se acumulam em áreas comuns, como salas, cozinhas, casa de banho e quartos, dificultando a circulação e a convivência familiar.
Além disso, a acumulação pode gerar conflitos constantes entre o casal. O parceiro que não tem esse transtorno muitas vezes se sente frustrado, impotente e até mesmo envergonhado em relação à situação da casa; a convivência com a desordem e a dificuldade de encontrar espaço para atividades cotidianas podem gerar ressentimentos e brigas frequentes.
Outro aspeto preocupante é o impacto na saúde mental dos envolvidos. A pessoa que acumula objetos tende a desenvolver uma ansiedade excessiva diante da ideia de se desfazer das coisas, o que dificulta a solução do problema. Por outro lado, o companheiro que não compartilha dessa compulsão pode experimentar estresse, sofrer, ter sentimentos de isolamento e solidão e até mesmo atentar contra a própria vida.
É importante ressaltar que a acumulação compulsiva é uma condição que requer tratamento profissional, a terapia cognitiva- comportamental, por exemplo; tem se mostrado eficaz no auxílio ao indivíduo para identificar os gatilhos emocionais e desenvolver estratégias para lidar com a compulsão. A participação do parceiro nesse processo também pode ser tolerante, promovendo um ambiente de apoio e compreensão.
Para enfrentar esse desafio em conjunto, a comunicação aberta e empática é fundamental. O casal deve buscar o diálogo e a compreensão mútua, procurando encontrar soluções que possam beneficiar a saúde e o bem-estar de ambos. Estabelecer limites claros, criar rotinas de organização e buscar ajuda profissional são caminhos importantes para lidar com a acumulação. Uma estratégia bastante eficaz é a pessoa não acumuladora, começar a organizar os seus pertences como forma de incentivar o outro a perceber o quão benéfico é viver em um lar harmonioso e demonstra que está disposto a melhorar o espaço onde vivem.
Em conclusão, a acumulação pode trazer dificuldades ao relacionamento entre casais. O desafio de conviver com uma pessoa que acumula objetos e enche a casa de tralha exige paciência, compreensão e apoio mútuo. A busca por tratamento profissional e investimento na comunicação eficiente e no diálogo são passos essenciais para superar os problemas causados por essa condição. Com empatia e colaboração, é possível construir um ambiente harmonioso e saudável para ambos os parceiros.
Vanessa Tagliari – Personal organizer – Marinha Grande PT
Desorganização crónica e acumulação
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